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  • Foto do escritorSusana Alves

Preocupações abençoadas

Diz-se que é nas alturas de maior necessidade que se conhecem os verdadeiros amigos. A verdade é que, aqueles que eu já suspeitava (amigos do coração), desde que saltei fora do sistema (leia-se, que me desempreguei), volta não volta telefonam-me, enviam-me mails ou mandam-me mensagens a perguntar se "Está tudo bem, MESMO?". Alguns sentem-se numa espécie de missão de me arranjar trabalho, mas não é um trabalho qualquer, é um emprego, com E grande. Mandam-me anúncios "isto é a tua cara", "devias concorrer a isto". E eu agradeço e recebo de braços abertos cada uma destas mensagens, mails e tentativas de me "chamar à razão". Fazem-no porque se preocupam e porque deixar um emprego é uma "cena um bocado radical" (apenas para quem já está próximo ou já passou os 40, mais grave ainda se já tiver filhos). Até aos 30 e picos, mudar é bom, arriscar é um "vai-te a eles!" Mas por agora meus abençoados amigos, deixem-me ser um cavalo selvagem a correr pelos vales e a escolher os meus próprios obstáculos. Deixem-me ser um leão com a juba à chuva, sem medo de constipações. Deixem-me ser a velha hippie que, rebelde, mantém flores no cabelo grisalho e desalinhado. Mas não deixem de se preocupar comigo, se um dia tiver de fazer uma inversão de marcha, a vossa companhia e sabedoria ajudar-me-à no caminho. Bem-hajam.


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