Liberdade profissional, liberdade pessoal
- Susana Alves
- 4 de mar. de 2022
- 3 min de leitura

Olá, se ainda não me conheces, sou a Susana Alves e sou assistente virtual.
Hoje escrevo sobre liberdade. A foto que surge aqui ao lado tem tudo a ver com o tema. Apesar de se ver uma corrente, é a corrente de um baloiço. Ainda ando de baloiço e sinto uma enorme sensação de liberdade quando o faço :) Mas não foi por isso que escolhi esta foto. A escolha da foto recai no facto de ter sido tirada em Agosto de 2020. Fomos passear por umas aldeias típicas em Mafra, com o nosso filho Pedro, na altura com 4 anos. Vivíamos então numa casa muito gira, remodelada "dos pés à cabeça", ao nosso gosto, com um amplo quintal onde o Pedro brincava e que muito nos ajudou a manter alguma sensação de não estramos "confinados", durante dois longos 2 confinamentos naquele ano.
Mas, a nossa casa muito gira (e que para sempre guardo no meu coração), ficava em pleno centro urbano, rodeada por prédios "maiores que nós". Das nossas janelas não conseguiamos ver o céu, a não ser que pusessemos a cabeça bem de fora. O lixo das ruas "voava" e trepava os muros do nosso quintal. Assim como as vidas e os olhares do vizinhos. Sentiamos, também, alguma falta de privacidade. Estavamos envolvidos por todo o burburinho citadino e tinhamos vontade de pegar na nossa casa e leva-la para outro lugar...
A visita a Mafra... Passeámos por ruas muito tranquilas, almoçámos num quintal à sombra de uma figueira. Olhávamos à volta e viamos campo. Ouviamos os passáros, viamos o céu sem qualquer dificuldade, por entre as casinhas baixas. Depois do almoço, sentado num banquinho a inspirar o ar puro do campo que nos rodeava, o meu marido suspirou "eu queria viver assim". Fiquei a pensar naquilo...

Onde entra a liberdade profissional aqui? É que eu já não precisava de estar junto a Lisboa, com uma boa rede de transportes públicos. Tinha-me demitido no ano anterior, iniciara a minha atividade de assistente virtual, montara o meu escritório em casa. Eu podia trabalhar a partir de onde eu quisesse! O meu marido, não tinha horários "apertados" como eu, nem estava dependente de transportes públicos, por isso podíamos equacionar uma vida suficientemente perto do seu local de trabalho, sem ser nas zonas urbanas. Viver no campo podia, afinal, deixar de ser mera fantasia para nós!
Andámos muito por Mafra, vimos casas em lugares idílicos. Um dia, decidimos procurar num concelho ao lado, fomos passear até Sobral de Monte Agraço e apaixonámo-nos por esta paisagem do Oeste. Campo, campo e mais campo, aldeias e pouca gente.

Com determinação, passámos à ação. Vendemos a nossa casa (que nunca esqueceremos), e viemos para esta zona, a 40 minutos de Lisboa, onde o som dos pássaros, das ovelhas, do vento nas folhas das árvores e o céu aberto nos saúdam todos os dias.
Sinto-me muito grata por poder rumar ao encontro do que consideramos uma vida mais saudável e mais inspirada. Estar perto da natureza, longe da correria. Sentimo-nos mais livres e mais descansados.
No meio disto, são raras as manhãs em que não penso que, se não tivesse optado pela assistência virtual, estaria ainda a sonhar acordada, porque não sería logisticamente viável abdicar da centralidade, para viver com mais tranquilidade.

Ah, e cada aldeia de Sobral tem um baloiço panorâmico :) Por isso disse, no início, que ainda ndo de baloiço!
Se sonhas com algo possível, não desistas, percebe quais são os passos necessários para passares à ação.
A vida ensina-nos a sonhar e, quando concretizamos alguns sonhos, geramos em nós uma confiança que nos permite sentir que somos livres. Livres para sonhar, mas também para decidir e concretizar. Os riscos e a insegurança face aos mesmos podem boicotar-nos, mas também podemos preparar-nos o melhor possível para os enfrentar. No fundo, é um caminho de crescimento e fortalecimento pessoal. Quem sabe o dia de amanhã?
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